Com apenas 8 anos, o menino
Alex foi espancado pelo pai Alex André Moraes Soeiro, de 34 anos, até a
morte, na Vila Kennedy, zona oeste do Rio, no dia 17 de fevereiro. O
motivo: o menino não queria cortar o cabelo para ir à escola. Em
depoimento, o pai afirmou que batia frequentemente no filho porque o
menino era muito desobediente.
Após
duas horas de espancamento, Alex foi levado para a Unidade de Pronto
Atendimento (UPA) de Vila Kennedy, já morto e com hematomas por todo o
corpo. A equipe médica desconfiou de violência doméstica e enviou o caso
para o Conselho Tutelar de Bangu. No Instituto Médico Legal (IML)
Afrânio Peixoto, os peritos constataram que ele morreu por hemorragia
interna. De tanto apanhar teve o fígado perfurado. Ele também tinha
sinais de desnutrição.
Segundo
o jornal O Globo, Alex morava com a mãe Digna Medeiros, de 29 anos, em
Mossoró, no Rio Grande do Norte. No início de 2013, a mãe foi ameaçada
pelo Conselho Tutelar local de perder a guarda do filho por não levá-lo
para a escola. Digna, que não trabalha e sobrevive com dois salários
mínimos dados pelo avô de Alex, mandou o filho para morar com o pai no
Rio.
Na
capital fluminense, Soeiro, que já cumpriu pena por tráfico de drogas e
está desempregado, morava com a mulher, Gisele Soares, e outras cinco
crianças em uma casa de três cômodos em uma área disputada por três
facções rivais. Em depoimento, André afirmou ao delegado Rui Barbosa, da
34ª Delegacia de Polícia, em Bangu, zona oeste, que as surras eram
"corretivos" para ensinar o filho "a andar como homem". Para o pai,
Alex, que gostava de lavar louça e de dança do ventre, era "afeminado".
Soeiro
contou que o menino não chorava enquanto apanhava e, por isso, batia
mais, por achar que a lição não estava sendo suficiente, informou o
jornal. Os vizinhos o apelidaram de "monstro de Bangu" e disseram nunca
ter ouvido nada. O conselheiro tutelar Rodrigo Botelho pedirá que a
polícia investigue se o menino vivia em cárcere privado.
Em
maio de 2013, quando foi morar com o pai no Rio, Alex foi matriculado
na escola municipal Coronel José Gomes Moreira, na Vila Kennedy. O
menino tinha bom desempenho, sempre com notas acima de 80 nos três
bimestres em que ficou na unidade. No início deste ano, Soeiro foi até a
escola pedir a documentação escolar do filho que, segundo ele, voltaria
para Mossoró.
Soeiro
foi preso na noite de 18 de fevereiro, em cumprimento de um mandado de
prisão temporária, expedido pela juíza Nathalia Magluta e depois
encaminhado para o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, zona
oeste. Ele foi indiciado por homicídio seguido de morte.
Parentes
ouvidos pelo jornal carioca afirmaram que Soeiro era homofóbico e teria
rejeitado um filho de 12 anos, que, para ele, seria "pouco másculo".
Ele já teria tentado bater no filho mais velho e na própria mãe.
com yahoo
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