A Força Aérea da Malásia
informou nesta terça-feira (11) que leituras de seus radares indicam que
o avião do vôo MH370, desaparecido desde o último sábado, mudou de rota
antes de sumir com 239 pessoas a bordo.
A
aeronave da Malaysia Airlines virou para a direção oeste, desviando do
caminho previsto entre as cidades de Kuala Lumpur e Pequim. Por isso, as
buscas pelos destroços foi ampliada.
Outro desdobramento das investigações foi a identificação de dois homens que viajam com passaportes roubados (foto ao lado), que parecem na foto acima obtida pela BBC News.
Segundo autoridades, ambos eram iranianos sem ligações aparentes com grupos terroristas.
Um
deles foi identificado pela polícia malasiana como Pouria Nour Mohammad
Mehrdad, de 18 anos. Ele provavelmente estava imigrando para a
Alemanha. As autoridades estão em contato com sua mãe na Alemanha, que
esperava por ele em Frankfurt.
O segundo homem era Delavar Seyed Mohammadreza, de 29 anos, de acordo com informações divulgadas pela Interpol.
Hipóteses
Segundo
o chefe de polícia Khalid Abu Bakar, há quatro hipóteses de
envolvimento humano no desaparecimento: sequestro, sabotagem, problemas
psicológicos e problemas pessoais de passageiros ou de membros da
tripulação.
Especialistas
afirmam que a presença de duas pessoas com passaportes roubados no
avião revela uma brecha de segurança, mas é relativamente comum em uma
região considerada como uma ponto de atração para a imigração ilegal.
Falando
em Paris nesta terça-feira, o secretário-geral da Interpol, Ronald
Noble, contou que os dois haviam trocado seus passaportes iranianos em
Kuala Lumpur por passaportes roubados italiano e austríaco para embarcar
no avião.
A
declaração das autoridades reforça um relato feito à BBC em Kuala
Lumpur por um jovem iraniano que diz ser amigo de infância de um deles.
O
rapaz diz que esteve com os dois iranianos antes de eles embarcarem no
voo da Malaysia Airlines para Pequim e que ambos tinham a esperança de
se estabelecer na Europa.
Relatórios
da Tailândia sugerem que os homens compraram também dois bilhetes para
viajar de Pequim para Amsterdã por meio de uma agência de viagens
tailandesa e um intermediário iraniano.
Busca ampliada
Na segunda-feira, a área de busca por destroços do voo MH370, da Malaysia Airlines, foi ampliada.
O
avião partiu de Kuala Lumpur, na Malásia, rumo a Pequim, na China, na
madrugada de sábado (sexta-feira do Brasil), quando sumiu dos radores do
controle de tráfego aéreo.
Cerca de 40 navios e 34 aeronaves de nove países diferentes estão fazendo um pente fino a leste e oeste da Malásia.
A
equipe de buscas terá centenas de quilômetros quadrados para cobrir e
pouca informação para se basear - apenas a última localização conhecida
do Boeing 777, que levava 239 pessoas a bordo.
Nenhum
destroço confirmado do avião foi encontrado até o momento, e testes
indicam que duas manchas de óleo no Mar do Sul da China não estão
relacionados à aeronave, dizem autoridades.
Em
entrevista coletiva nesta segunda-feira, o chefe do Departamento de
Aviação Civil malaio, Azharuddin Abdul Rahman, detalhou o andamento das
buscas.
Rahman
disse que há sete áreas que já passaram por uma revista aérea,
incluindo Igari, uma pequena ilha próxima ao último local onde se teve
notícia do avião.
Ele afirmou também que navios farão buscas por eventuais destroços que não tenham sido avistados do céu.
Caixa-preta
Está
sendo procurado também o transmissor de localização de emergência (ELT,
na sigla em inglês) do MH370. Mas especialistas advertem que o
dispositivo nem sempre funciona em casos de acidentes aéreos sobre
regiões marítimas.
O
avião tem também uma caixa-preta, que consiste nas gravações da cabine e
no registro de dados do voo. Um sonar pode ajudar na sua localização,
mas não a distâncias muito longas.
A Malásia acionou 18 aeronaves e 27 navios, incluindo uma embarcação capaz de detectar objetos a mil metros de profundidade.
Um
grande número de policiais marítimos e membros da Força Aérea também
participam da busca. E países como China, Vietnã, EUA, Tailândia,
Austrália, Cingapura, Indonésia e Filipinas também contribuem com navios
e equipes de busca.
A China - país
de origem da maioria das pessoas a bordo do MH370 - enviou nove navios
militares para a missão de resgate, um destroier e um veículo anfíbio,
entre outras embarcações.
No
Vietnã, estão sendo mobilizados integrantes da Marinha, Força Aérea e
Guarda Costeira, informa o serviço vietnamita da BBC - ressaltando,
porém, que os equipamentos usados nas buscas são antigos, da era
soviética.
Longo alcance
Os
EUA, por sua vez, enviaram um navio de sua Sétima Frota, que estava em
treinamento no Mar do Sul da China. Helicópteros MH60 Seahawk, que
conseguem operar mais de 10 horas consecutivas, têm sobrevoado o Golfo
da Tailândia em busca de destroços, usando câmeras infravermelhas.
Uma
aeronave americana baseada em Okinawa, no Japão, também está na região,
usando equipamentos de vigilância de longo alcance, com alcance de
cerca de 4 mil quilômetros quadrados e que nesta segunda-feira faria
buscas no Estreito de Malaca, a oeste da Malásia.
"Do
ar, conseguimos ver coisas tão pequenas como o tamanho de uma mão ou de
uma bola de basquete. Então a questão não é se conseguimos ver ou não,
mas sim que se trata de uma área muito ampla", disse à BBC William
Marks, comandante da Sétima Frota dos EUA.
A
Austrália mandou equipamentos semelhantes à missão de busca da aeronave
desaparecida, que tinha entre seus passageiros seis australianos e dois
neozelandeses.
O
premiê australiano, Tony Abbott, disse que duas aeronaves de vigilância
marítima da Força Aérea do país estão sendo empregadas na busca.
E
Cingapura mandou dois navios militares, um submarino - que ajudará nas
buscas dentro do mar - e um barco de resgate, bem como um helicóptero e
uma aeronave.
com g1
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