Londrina - Um vídeo com cenas de uma cirurgia realizada no Hospital Universitário (HU) de Londrina vazou na internet e nas redes sociais na tarde de ontem. O procedimento em questão era da retirada de um peixe, do tipo piramboia, - da família das enguias - do intestino de um homem que o havia introduzido no ânus. As imagens mostram o momento em que o peixe é retirado do abdômen e colocado envolto em um pano. O que chama a atenção, porém, é que na mesma sala várias pessoas aparecem portando aparelhos eletrônicos semelhantes a celulares com câmera. Uma mulher, inclusive, ri da situação enquanto grava a cena.
Veja o vídeo:
Veja o vídeo:
Essa não é a primeira vez o HU é envolvido em situações de constrangimento aos pacientes e casos polêmicos que vão parar na internet. Em 2005, vários estudantes fizeram comentários racistas aos servidores e pacientes em uma comunidade do Orkut. Em 2008, imagens da comemoração de formandos soltando fogos de artifício nos corredores do hospital chocou a população. O caso teve repercussão nacional, mas os envolvidos não foram suspensos.
De acordo com a assessoria de imprensa da Universidade Estadual de Londrina (UEL), o procedimento foi realizado no dia 20 de abril e o homem já recebeu alta. Nádina Moreno, reitora da instituição, disse que assim que ficou sabendo que vídeos estariam circulando na internet por e-mails, já no dia 27 de abril, solicitou a abertura de uma portaria determinando a proibição de celulares dentro dos centros cirúrgicos e a investigação sobre o vazamento da filmagem feita sem autorização do paciente.
''É comum, em casos inusitados e diferentes, ocorrer a gravação do procedimento sem identificação do paciente, com finalidade pedagógica e discussão posterior. Mas isso é previamente combinado e autorizado'', diz a reitora. Como isso não aconteceu, a sindicância deve averiguar os responsáveis pela gravação, bem como a participação de cada um no caso. ''O processo vai verificar o envolvimento de todos presentes. Estamos investigando independendemente de quem quer que seja: docente, funcionários, técnicos ou estudantes.''
A sindicância tem até 60 dias para ser concluída, mas a reitora quer a finalização o quanto antes. Várias pessoas já teriam sido convocadas a dar esclarecimentos, inclusive o médico responsável pela cirurgia. ''É lamentável que isso tenha ocorrido. É importante salientar que não estamos colocando a competência em discussão, até porque a cirurgia foi um sucesso. Mas fatos como esse não podem acontecer jamais'', disse. A punição, segundo ela, pode chegar a advertência, suspensão ou até mesmo demissão imediata.
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