“Avenida Brasil” foi uma das novelas mais comentadas dos últimos anos. Confira cinco itens que ajudam a entender por que a trama virou mania nacional:
1. Adriana Esteves
Magnífica, Adriana Esteves brilhou no grande papel de sua vida. Quem assistiu ao show de desaforos, gritos e mutretas da loira com fogo nos olhos talvez nem lembre que, há quase 20 anos, ela foi execrada ao interpretar a enjoada Mariana, que vivia a miar “painho” para Zé Inocêncio (Antônio Fagundes) em Renascer (1993). Aproveitadora, fingida, malvada e infiel – empilhem-se aqui outros qualificativos –, Carminha foi reverenciada por público e crítica.
Magnífica, Adriana Esteves brilhou no grande papel de sua vida. Quem assistiu ao show de desaforos, gritos e mutretas da loira com fogo nos olhos talvez nem lembre que, há quase 20 anos, ela foi execrada ao interpretar a enjoada Mariana, que vivia a miar “painho” para Zé Inocêncio (Antônio Fagundes) em Renascer (1993). Aproveitadora, fingida, malvada e infiel – empilhem-se aqui outros qualificativos –, Carminha foi reverenciada por público e crítica.
– Adriana e Débora Falabella tiveram um desempenho dramático excepcional. Parentesco perdido, reencontro, paixões, ódio, vingança, choro e riso são a matéria-prima do drama nosso de cada dia – avalia Ondina Fachel Leal, professora da UFRGS e autora de A Leitura Social da Novela das Oito.
2. Texto e enredo
João Emanuel Carneiro recebeu o apelido de Capitão Gancho nos bastidores da TV Globo, em referência à ação constante e aos desfechos tensos de cada noite. O texto ágil não apenas carregava a atenção da audiência de um capítulo para o outro, mas a mantinha durante os intervalos.
2. Texto e enredo
João Emanuel Carneiro recebeu o apelido de Capitão Gancho nos bastidores da TV Globo, em referência à ação constante e aos desfechos tensos de cada noite. O texto ágil não apenas carregava a atenção da audiência de um capítulo para o outro, mas a mantinha durante os intervalos.
– A dramaturgia é muito forte. Não tem tempo morto, não tem conversa jogada fora. Acontece muita coisa – comenta o cineasta Jorge Furtado. – A Vera Holtz dizendo que matou o filho é uma tragédia clássica. Geralmente, as novelas são mais bobinhas em termos de enredo – destaca.
Na opinião da antropóloga Ondina, o telespectador se identificou com a “comédia dos costumes”:
– O que mais cativou o telespectador foi a ascensão da classe D e o empobrecimento da classe A. Os dois polos, o do Divino e o da Vieira Souto, didaticamente explicavam o que é cafona e o que não é.
3. Visual de cinema
Avenida Brasil elevou a telenovela do horário das nove, a faixa de mais audiência, a um novo patamar de apuro estético.
– As imagens destacam as virtudes da transmissão em alta definição, em especial nas cenas do lixão: enquadramentos ricos em detalhes, em vários planos, fotografia expressiva e uma direção de arte que sugere mais realismo do que em novelas anteriores – aponta Roberto Tietzmann, professor de Publicidade e Cinema da PUCRS.
3. Visual de cinema
Avenida Brasil elevou a telenovela do horário das nove, a faixa de mais audiência, a um novo patamar de apuro estético.
– As imagens destacam as virtudes da transmissão em alta definição, em especial nas cenas do lixão: enquadramentos ricos em detalhes, em vários planos, fotografia expressiva e uma direção de arte que sugere mais realismo do que em novelas anteriores – aponta Roberto Tietzmann, professor de Publicidade e Cinema da PUCRS.
Jorge Furtado também elogia o trabalho técnico cuidadoso:
– A fotografia é muito boa e tem uma diferença fundamental: usa claros e escuros, tem uma zona de sombra, especialmente ao fundo.
4. Direção e elenco
Amora Mautner, diretora responsável pelo núcleo da família Tufão, explorou a sintonia entre os atores e as cenas alicerçadas no improviso. Obteve as sequências hilárias de certo caos em alto volume, com todos falando ao mesmo tempo. O autor, João Emanuel Carneiro, soube valorizar grandes atuações, como as de Marcos Caruso (Leleco), o malandro suburbano desocupado, e Zé de Abreu (Nilo), consagrado como o abjeto interesseiro do lixão.
4. Direção e elenco
Amora Mautner, diretora responsável pelo núcleo da família Tufão, explorou a sintonia entre os atores e as cenas alicerçadas no improviso. Obteve as sequências hilárias de certo caos em alto volume, com todos falando ao mesmo tempo. O autor, João Emanuel Carneiro, soube valorizar grandes atuações, como as de Marcos Caruso (Leleco), o malandro suburbano desocupado, e Zé de Abreu (Nilo), consagrado como o abjeto interesseiro do lixão.
5. Redes sociais
Avenida Brasil consolidou um novo hábito: assistir à TV comentando no Twitter e no Facebook. A fúria de Carminha, o linguajar tosco de Adauto (Juliano Cazarré) e os mexericos de Zezé (Cacau Protásio) foram postados em tempo real. O recurso visual no encerramento dos capítulos, com a imagem de um personagem “congelando”, multiplicou-se nas redes sociais.
Avenida Brasil consolidou um novo hábito: assistir à TV comentando no Twitter e no Facebook. A fúria de Carminha, o linguajar tosco de Adauto (Juliano Cazarré) e os mexericos de Zezé (Cacau Protásio) foram postados em tempo real. O recurso visual no encerramento dos capítulos, com a imagem de um personagem “congelando”, multiplicou-se nas redes sociais.
– Um fenômeno uniu a internet e a televisão. Todos queriam dar a sua opinião ou reforçar o ato dos personagens – comenta Paula Puhl, professora do mestrado em Processos e Manifestações Culturais da Universidade Feevale.
Fonte: Zero Hora/portal paulista online
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