Foram
334 diagnósticos realizados, segundo dados do Núcleo de Combate à
DST/Aids da Secretaria de Estado da Saúde (SES). Os homens apareceram
como as principais vítimas. Eles somaram 228 casos, quase o dobro das
106 notificações feitas entre as mulheres.
Em
2014, o número de vítimas continua aumentando. Só entre os meses de
janeiro e fevereiro deste ano, 35 pessoas foram diagnosticadas com o
vírus HIV no Estado. Foram 27 homens e 8 mulheres. Isso mostra que a
doença permanece atingindo mais o sexo masculino.
As
estatísticas ainda revelam que a incidência está maior entre
heterossexuais. Dos 35 casos registrados, 15 são de pessoas que
pertencem ao grupo de heterossexuais, 4 ao de bissexuais, 6 ao de
homossexuais e 10 não informaram a orientação sexual.
Outro dado apontado pelos números é que a doença vem contaminando mais homens com idades entre 40 e 49 anos.
Dos
27 diagnósticos realizados este ano, cinco estavam na faixa etária
entre 20 e 29 anos; sete possuíam entre 30 e 39 anos; quatro estavam com
50 e menos de 59 e outros dois possuíam de 60 a 69 anos. Enquanto isso,
nove portadores do vírus têm entre 40 e 49 anos.
Já
entre as mulheres, não existe uma faixa etária bem definida. Dos oito
casos confirmados da doença em 2014, três acometeram mulheres entre 20 e
29 anos, duas foram em mulheres entre 30 e 39 anos e outros dois foram
em pacientes com mais de 40 e menos de 49. Apenas um caso foi registrado
com idade acima de 60 anos.
Para
a chefe do Núcleo de Combate à DST/Aids da SES, Ivoneide Lucena, a
incidência é maior entre homens heterossexuais por excesso de confiança.
Ela observa que, em virtude do tratamento, o portador do vírus possui
uma qualidade de vida melhor em relação à década de 80.
“Naquela
época, as pessoas tinham cara de doente. Mas, hoje, não. Com isso, a
população jovem acaba não tendo o cuidado de se proteger em todas as
relações sexuais. Quando se fala em heterossexuais, a camisinha acaba
sendo abolida da relação sexual, como uma forma de confiança no namoro
sério”, disse.
De acordo com a gestora, os números ainda mostram que a Aids se prevalece das chamadas situações de risco.
“Antes,
falava-se que apenas homossexuais, usuários de drogas e profissionais
do sexo estavam vulneráveis, mas isso mudou. Hoje, qualquer pessoa pode
passar por uma situação de risco: profissionais de saúde que podem
sofrer acidentes com material perfuro-cortante, um estupro praticado por
criminoso contaminado e uma relação sexual sem camisinha são exemplos
disso”, destacou
TRATAMENTO INICIAL É OFERECIDO NAS UBS
Na
Paraíba, o diagnóstico e tratamento da Aids são prestados por meio de
uma parceria firmada entre Estado, municípios e governo federal. A
primeira assistência é oferecida pelas Unidades de Saúde da Família
(UBS).
Em
seguida, o paciente é encaminhado para os centros de testagens
instalados em 180 cidades. Nessas localidades, a população pode realizar
exames simples que permitem o diagnóstico rápido. Caso a doença seja
confirmada, a pessoa recebe assistência psicológica e é encaminhada para
os serviços de referência, onde o tratamento é iniciado.
Se
a paciente for mulher e estiver gestante, o encaminhamento é feito para
o Hospital Universitário Lauro Wanderley, no Campus I da Universidade
Federal da Paraíba, em João Pessoa. Nesse local, a paciente recebe
medicamentos e assistência para evitar que a doença afete o filho.
Já
se o caso envolver outros perfis de pacientes, o tratamento é feito no
serviço de referência mais próximo do domicílio do portador do vírus
HIV. De acordo com Ivoneide, há unidades preparadas para atender os
pacientes em João Pessoa, Cabedelo, Princesa Isabel, Campina Grande e
Santa Rita.
Além
dos serviços de referência, a Paraíba possui três hospitais
especializados em atender casos de Aids. São eles o Complexo Hospitalar
Clementino Fraga e o Hospital Universitário Lauro Wanderley, ambos em
João Pessoa, e o Hospital Universitário Alcides Carneiro, em Campina
Grande.
Nesses
locais, os pacientes são avaliados por médico infectologista e realizam
exames para identificar se existe a necessidade de iniciar o tratamento
com antirretrovirais. As instituições também fornecem o coquetel de
medicamentos prescritos pelos médicos.
“A quantidade de medicamentos varia de pessoa para pessoa.
Há pacientes que precisam tomar até oito comprimidos por dia para inibir a atuação do vírus”, disse Ivoneide.
Ela
conta ainda que o Ministério da Saúde pretende mudar este ano a forma
de apresentação das substâncias usadas no coquetel. Segundo Ivoneide, um
mesmo comprimido terá três tipos de drogas. “O paciente vai tomar três
comprimidos ao dia, em vez de oito. Isso vai melhorar muito a adesão ao
tratamento”, avaliou Ivoneide Lucena.
com jornaldaparaiba
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