A Polícia Civil de Brotas, interior de São Paulo, apura um caso de maus-tratos a animais. Um gato de aproximadamente dois anos foi atingido pelo disparo de uma flecha de 30 centímetros.
O artefato entrou pelo nariz e saiu na parte dorsal sem atingir a coluna cervical ou o cérebro do animal. O caso aconteceu no dia 11, más só na segunda-feira (19), o Hospital Veterinário divulgou o fato, inclusive com fotos.
Os proprietários do bicho, Maria Ribeiro da Silva e Marcelo Brito, encontram Nano em cima do muro da casa ferido. Ao vê-lo, ele e a mulher procuraram um veterinário na cidade, mas foram informados de que, pela gravidade do caso, a intervenção só poderia ser realizada no hospital de Jaú (a mais de 50 km de Brotas).
Desesperado, o casal saiu dirigindo com o gato no colo para evitar que ele se mexesse. "Meu marido dizia a toda hora: 'Olha o que fizeram com o Nano'", conta a dona de casa. "No caminho até o hospital, o gato urinou várias vezes, depois fomos informados que era devido à dor que ele sentia."
Apesar do ferimento grave, o animal ficou consciente no percurso de Brotas até Jaú, uma viagem de aproximadamente 30 minutos.
Os médicos veterinários Vanessa de Freitas e Giovani Fernando Araújo socorreram o animal. A cirurgia de emergência durou cerca de uma hora. A flecha teve uma parte serrada na ponta, antes de ser extraída da cabeça do gato. Segundo os médicos, a flecha deve ter sido atirada bem de perto, a poucos centímetros, com intenção de matar o animal.
A flecha atravessou a cabeça do gato, passou a pouco mais de dois centímetros do cérebro do animal e não atingiu a coluna cervical.
O artefato foi puxado com todo o cuidado para não desencadear uma hemorragia que levasse o animal à morte. O gato reagiu bem à cirurgia e, no dia seguinte, foi liberado para voltar para a casa com os donos. A flecha usada é considerada um artefato profissional e de difícil compra.
Nano foi internado novamente na noite de segunda-feira (19), depois que o médico veterinário que ajudou na cirurgia assistiu a uma reportagem pela TV. Ele percebeu que o gato estava desidratado e abatido. "O doutor Giovani me ligou e contei que ele estava tristonho e com dificuldade para comer, então ele pediu que o levasse naquele momento para o hospital. Dessa vez, fui chorando sozinha com ele no carro até Jaú", conta a dona de casa.
De acordo com Araújo, Nano se recupera bem, não está mais desidratado e voltou a comer. "Estamos esperando o resultado dos exames, mas já podemos afirmar que não tem nada a ver com a flechada. Pode ser uma doença que estava incubada e agora se manifestou por causa da imunidade baixa", disse o veterinário.
Maria acredita que tenha sido um milagre a recuperação do animal de estimação. A família diz que será difícil identificar o autor da barbárie. "Nem pretendo saber quem foi, porque não me controlaria", disse.
com uol
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